sexta-feira, 22 de julho de 2011

IOF maior freia aumento da participação de estrangeiro na dívida


Desde que IOF subiu, participação deixou de crescer e teve pequena queda.
Apesar de demanda menor, juros de leilões não subiram, diz Tesouro.

Alexandro Martello Do G1, em Brasília
Dados da Secretaria do Tesouro Nacional divulgados nesta quinta-feira (21) mostram que o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de investidores estrangeiros em renda fixa no Brasil, o que inclui títulos públicos, freou o crescimento da participação dos não residentes na dívida pública interna.
A participação de investidores de outros países na dívida pública interna começou a crescer com mais intensidade a partir de 2006, quando o governo federal isentou as aplicações de não residentes do Imposto de Renda. Naquela ocasião, o Ministério da Fazenda, chefiado por Antonio Palocci, avaliou que a maior concorrência nos leilões, gerada pela entrada dos estrangeiros, resultaria em queda das taxas de juros nos leilões de títulos públicos.

Em dezembro de 2007, segundo informações do Tesouro Nacional, a participação de estrangeiros na dívida pública estava em 5,1% do total, ou R$ 62,7 bilhões. Essa participação subiu para 7,2% do total no fim de 2008, ou R$ 90,66 bilhões. No fechamento de 2009, os estrangeiros já detinham 8,8% de toda a dívida pública interna, o equivalente a R$ 123 bilhões. Em setembro de 2010, por sua vez, a participação dos estrangeiros estava em 11,5%, ou R$ 176 bilhões.

Em outubro do ano passado, porém, o ministro Guido Mantega anunciou a elevação do IOF para renda fixa, incluindo títulos públicos, com o objetivo de tentar conter a entrada de dólares na economia brasileira. A preocupação da Fazenda, neste caso, era com a queda do dólar - fator que gera perda de competitividade das empresas brasileiras, uma vez que torna as vendas externas mais caras e as importações mais baratas.
Desde que a medida foi adotada, a participação deixou de crescer continuamente. Chegou a atingir 11,8%, ou R$ 182 bilhões, em janeiro deste ano. Entretanto, recuou para 11,1% em junho de 2011, ou R$ 192 bilhões. Trata-se do menor percentual desde julho de 2010, quando estava em 10,6%, ou R$ 159 bilhões.
Apesar da queda na participação, o Tesouro Nacional avalia que não houve uma piora das taxas de juros obtidas nos leilões de títulos públicos. "O que a gente observou e comentou na época [quando houve a isenção do IR] foi que isso contribuiu bastante para redução das taxas de títulos mais longos. Com a volta do IOF [em outubro do ano passado], não observamos uma piora desta taxa. A gente não observou venda destes títulos. Agora, se tem mais demanda por determinado segmento,a tendência é que a taxa caia. Se não tem mais a demanda, a tendência é que a taxa fique estável", disse Fernando Garrido, coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional.
tópicos:

Ministério do Planejamento aumenta previsão da receita líquida em R$ 2,7 bilhões

As arrecadações administradas pela Receita Federal do Brasil (RFB) foram aumentadas em R$ 6,761 bilhões




A reavaliação bimestral de receitas e despesas no ano, referente ao mês de junho, eleva a expectativa de receita líquida em R$ 2,723 bilhões, passando a receita primária para R$ 732 bilhões em 2011, de acordo com relatório divulgado nesta quarta (20) pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Nota técnica que acompanha o relatório destaca, contudo, que os limites de empenho e de movimentação financeira permanecem inalterados.
As arrecadações administradas pela Receita Federal do Brasil (RFB) foram aumentadas em R$ 6,761 bilhões, como resultado, principalmente, da antecipação do pagamento de parcelas do Refis da Crise, que dá desconto de 40% nos juros e de 10% nas multas para quem optar pelo parcelamento de no máximo 12 parcelas para quitação do débito tributário.
A reavaliação também estima que o Imposto de Importação terá arrecadação maior em R$ 1,932 bilhão, com aumentos também nos recolhimentos da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) cobrada sobre a comercialização de combustíveis (R$ 580,7 milhões), mais R$ 61 milhões de Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL) e R$ 3,939 bilhões nas receitas não administradas pela RFB.
Em contrapartida, o Ministério do Planejamento estima reduções nas arrecadações do Imposto sobre Produtos Industrializados (R$ 1,696 bilhão), do Imposto de Renda (R$ 463,8 milhões), do Imposto sobre Operações Financeiras (R$ 361,6 milhões), da Cofins (R$ 364,5 milhões) e do PIS/Pasep (R$ 33,2 milhões). Some-se, ainda, a redução de R$ 1,144 bilhão nas transferências para estados e municípios, que devem atingir R$ 161,957 bilhões no ano.
De acordo com o relatório, a previsão de despesas obrigatórias continua igual, com pequenas alterações como a complementação de R$ 1,5 bilhão para o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e o aumento de R$ 500 mil para a Agência Nacional de Águas (ANA). A reavaliação também considera a liberação de mais R$ 500 milhões para ações de defesa civil e a abertura de crédito adicional de R$ 31,2 milhões para o Judiciário. As informações são da Agência Brasil.Envie para um amigo

 

Notícias relacionadas

  • 24horas