da Folha Online
Hoje na Folha Os países mais ricos vêm experimentando uma explosão de seu endividamento público, informa matéria de Fernando Canzian publicada na Folha deste domingo (íntegra disponível para assinantes do jornal e do UOL).
Com as medidas de socorro à economia tomadas desde o início da crise financeira, EUA, países da zona do euro e Reino Unido estão vendo subir rapidamente sua dívida pública, pois é dela que sai o financiamento para os pacotes de estímulo fiscal.
Projeção da Standard & Poor's mostra que a dívida pública como proporção do PIB (Produto Interno Bruto) nos EUA deve passar dos atuais 44% para 77% em quatro anos. Em dólares, isso significa que o endividamento deverá sair dos já sem precedentes US$ 6,3 trilhões e chegar a mais de US$ 10 trilhões --valor superior a seis PIBs do Brasil. Na Alemanha a dívida irá de 62% para 72%, e no Reino Unido praticamente dobrará de 49% para 97% do PIB.
A redução no nível de atividade da economia mundial neste primeiro trimestre foi a maior desde o final da Segunda Guerra. Neste segundo trimestre, foi sinalizada alguma recuperação, principalmente entre as economias emergentes. Nos países ricos, a melhora no ritmo da economia é muito mais lenta e acompanhada do endividamento.
Apesar de o mercado financeiro vir ensaiando o fim da atual recessão (desde março, a Bolsa de Nova York já subiu mais de 30%), alguns analistas dizem que é cedo para isso. Segundo o IIF (Instituto de Finanças Internacionais, na sigla em inglês), a economia mundial só deverá dar sinais de melhora real a partir de 2010.